“Sobre a escrita” e livros que te inspiram

O Stephen King que a maioria conhece é essa mente genial que produz um sucesso atrás do outro. Mais de 50 títulos publicados, todos nas listas dos mais vendidos o que nos faz pensar que todo esse sucesso deve ter uma fórmula. Como leitora do King eu sempre ficava me perguntando: De onde vem tanta ideia? Como ele escreve tão rápido? E já sendo uma inspiração para mim como escritor na sua composição textual, busquei respostas em seu livro Sobre a escrita. 

King inicia o livro com uma breve biografia. Fica evidente para o leitor que sua trajetória é apenas contada para que fique claro o que o formou, em primeiro lugar, como leitor e depois como escritor. O mais impressionante é que ele foi uma criança comum, que gostava de histórias em quadrinhos e se divertia escrevendo e desenhando as suas próprias histórias. Nesse momento entendemos e até reforçamos a ideia de que um escritor pode nascer em qualquer um, desde que ele tenha sido um grande leitor. 

Porém, apenas a biografia do King não nos responde aquelas perguntas que eu tanto tinha na cabeça. Foi, então, na segunda parte do livro que o autor se dedicou a esmiuçar o seu processo criativo. Entre várias dicas e muitas coisas que não se deve fazer, King nos mostra que a literatura é muito mais simples do que pensamos. Colocamos a escrita em um pedestal e ficamos admirando-a, achando que nunca seremos capazes de atingir tal nível. Nós somos. Basta, como diz o próprio King, sentar sua bunda na cadeira e escrever.

No final, as minhas perguntas foram respondidas e devo lhes contar que não existe nenhum milagre. Existe paixão e amor naquilo que se faz. Existe dedicação, tentativa e erro. Existe o trabalho duro sobre aquele texto e a vontade de ser melhor. Ao terminar esse livro, agora pela segunda vez, sinto novamente aquela energia me empurrando para a escrita. Percebo que esse é o tipo de livro que vou ler e reler ao longo da vida. Que vou guardar e sempre lembrar quando sentar minha bunda numa cadeira para escrever.